terça-feira, 15 de janeiro de 2008


Perfil Profissional - Victor

Perfil Profissional
01 – Como foi o início de carreira? Houve muitas barreiras? Quais foram as mais difíceis de enfrentar?
R: O início foi despretensioso e simples. Nossa prioridade eram os estudos e, portanto, o compromisso com a música era espontâneo. Costumávamos cantar na pracinha com os amigos em Abre Campo, Minas Gerais, onde cantamos pelas primeiras vezes em bar, em palco e em público. As barreiras foram surgindo à medida em que nos profissionalizávamos mas sempre as enxergamos como ensinamentos. Mesmo diante de um aterrorizante obstáculo, quando a gente se pergunta:“O que devo aprender com isso?”, o terror vira maturidade e tudo se resolve.
02 – Quem deu força pra vocês no início da carreira?
R: Contamos sempre com o apoio da família e dos amigos. Mas sucessivamente contamos com um crescente e estimulante número de pessoas à frente do palco. Nossa maior força, desde o início, sai dos olhos destas pessoas e torna-se “força de vontade” dentro de nós. Penso que, por amor, um profundo amor à música e aos que a recebem da gente, nossa força de vontade foi sempre o maior incentivo abastecendo-se no contato com a espiritualidade e com o público.
03 – Como é trilhar esse caminho longe da família?
R: É trabalhoso e, às vezes, sofrido já que nossas bases familiares são nossa maior referência. Mas aprendemos que até isso poderia ser usado em nosso favor. Penso eu: “Se me privei da presença de minha família por meu trabalho, preciso fazer valer esse trabalho”.
04 – Em algum momento pensou em abandonar a carreira?
R: Não. Houve momentos em que eu e o Léo repensamos nossa parceria, mas nosso amor, tanto um pelo outro como pelo resultado de nossa união, falou mais alto e seguimos juntos com firmeza e prazer. De qualquer forma, eu jamais abandonaria a música que é minha maior expressão e legado. Não estou na música por sucesso e sim pela música.
05 – Como você acha que irá lidar com a falta de privacidade por conseqüência do sucesso?
R: Acho que a gente se acostuma e se adapta a qualquer coisa ou situação. Por isso tento me acostumar com coisas que me fazem bem. De forma que, se inevitavelmente minha privacidade se perder, darei um jeito de me adaptar. Hoje minha privacidade já está sensivelmente modificada, mas eu também estou e se uma coisa acompanha a outra, tudo bem.
06 – É fácil lidar com o sucesso? O que é sucesso pra você?
R: Uma vez, acabara de compor e sem ter ninguém em casa, além de nossa empregada, chamei-a pra dividir aquele momento de empolgação por ter terminado uma nova canção. Mostrei a ela e perguntei o que achara, quando percebi sua emoção e choro. Percebi que aquilo fora sucesso. As pessoas confundem sucesso com fama associando necessariamente uma coisa com a outra, mas quem for capaz de festejar a lição de uma derrota tanto quanto o sabor de uma pequena vitória, sempre será sucesso.
07 – Como lida com as críticas?
R: Em geral, ou aprendo com elas ou confirmo o ciúme daqueles que almejam o meu lugar.
08 – A maratona de shows não é cansativa? O que faz pra agüentar o pique?
R: É cansativa. Para o desgaste físico tento equilibrar, na medida do possível, o sono e a alimentação. Para o mental, tento tirar no mínimo um dia por semana em que faço coisas diferentes do cotidiano e cuido da parte espiritual.
09 – Algum segredo pra manter a voz e a beleza nos shows?
R: Estudei canto por quatro anos e tive acompanhamento fonoaudiológico por mais um. Para manter a voz sadia, além do que aprendi com os estudos e a prática de treze anos até aqui, tento dormir bem, mantenho-me muito bem hidratado e evito falar com som alto. Quanto à beleza, bonito está quem assim se sente.
10 – Qual foi a maior conquista e a maior decepção na sua carreira até hoje?
R: Até hoje, minha maior conquista foi descobrir que música está muito além de cantar e tocar. Não tive uma “maior decepção”, mas tive algumas enquanto esperei alguma coisa de algo ou de alguém. Hoje prefiro não esperar nada, pois de quem vive o presente e dele faz bom uso, o futuro está garantido.
11 – Qual o maior sonho da sua carreira? E pessoal?
R: Meu maior sonho realizo em cada show. Em cada crescimento e em cada emoção realizo o sonho de viver com prazer o presente, vendo crescer o número de pessoas que cantam comigo canções que um dia apenas eu sabia cantar. Meu sonho pessoal também se realiza à medida que me torno uma pessoa mais madura e capaz de sonhar com coisas de maior valor e essência.
12 – Algum sonho de consumo?
R: Casa tranqüila numa baixada verde cortada por ventos e riachos serenos não é sonhar demais.
13 – Como foi realizar o lançamento de um CD independente?
R: Foi concretizar um desejo de muito tempo. O CD “Vida Boa” foi produzido e arranjado por mim e pelo Léo em soma com o bom gosto daqueles que dele participaram, como Cláudio Baeta. Então, dentro de nossas possibilidades saiu do jeito que queríamos.
14 – Como foi o trabalho de seleção para a montagem do repertório do CD “Vida Boa”?
R: Foi feito com base em experimentos e vivências. Antes, gravávamos o que queríamos que o público quisesse e isso nunca foi funcional. Agora gravamos o que o público escolhe dentro daquilo que podemos oferecer.
15 – Após o lançamento do CD “Vida Boa”, houve alguma proposta de gravadora para o lançamento de um próximo CD?
R: Não. As gravadoras, hoje, se baseiam em parâmetros diferentes para apostar em algum trabalho por causa do fator “pirataria”. Não arriscam tanto. Nosso trabalho é bem próprio e, embora uma gravadora não saiba se é potencialmente vendável, não estou preocupado. Cada uma das cópias vendidas de nosso CD, até hoje, foi adquirida por quem se baseou no próprio gosto e não em modismo.
17 – Quais projetos tem em mente para dar continuidade na carreira?
R: Na minha opinião, a continuidade se dá com um passo após o outro. O próximo passo é trabalharmos a idéia de nosso próximo CD.
18 – Qual a expectativa para o show?
R: Estamos, aos poucos, criando melhores condições em nível de produção e musicalidade para os shows. Ele cresce refletindo nosso crescimento..
19 – Todo irmão briga. Com vocês não deve ser diferente. Já houve alguma briga que ameaçasse a união da dupla?
R: Brigas e discussões são naturais. Mas não houve nenhuma que ameaçasse nossa paceria. Houve momentos trabalhosos na carreira que nos fizeram repensar a vida e que, por terem gerado certa ansiedade, ocasionaram brigas. Mas já foram superados porque, além de sermos uma dupla, nos amamos.
20 – Como você está vendo o mercado musical brasileiro ultimamente? Acredita que seja preciso criar novas tendências?
R: “Eu compro o que me emociona”. Geralmente quem compra pensa assim. E embora eu ache que as pessoas devam repensar suas emoções e conteúdos, elas estão certas quando procuram obter o que querem da forma mais barata. Não é exatamente a pirataria que estraga o mercado, embora eu não seja adepto, mas sim, o alto preço dos produtos originais.
21 – Você aprendeu a tocar violão sozinho?
R: Quando eu tinha 11 anos, ainda morando em Abre Campo, Minas, meu pai entrou em casa com um violão. Por curiosidade, resolvi mexer mas nada saía. Então soube de um professor chamado Jésus Fernandes e o procurei. Já na primeira aula, toquei uma primeira canção e com mais algumas percebi que, sozinho, poderia me experimentar. Mas daí até os dezessete anos mantive-me acomodado e sem muita prática. Foi quando eu e o Léo começamos a cantar que levei a sério tocar, aprimorando-me e descobrindo , aos poucos, meu próprio estilo. Embora eu possa ser considerado autodidata, foi fundamental a forma amiga e musical com que o professor Jésus Fernandes apresentou-me o violão, pois é assim, até hoje, que trato meu instrumento.
22 – Está fazendo algo, atualmente, paralelo à música?
R: Não. Minha dedicação é 100% e não dá pra ser diferente.
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Perfil Profissional - Leo

Perfil Profissional
01 – Como foi o início de carreira? Houve muitas barreiras? Quais foram as mais difíceis de enfrentar?
R: Foi isento a expectativas em relação ao futuro na música. Sim, existiram barreiras. Talvez a falta de estrutura, tanto nossa como dos lugares onde cantávamos. Também era muito difícil conseguir crédito com as pessoas, porque não tínhamos experiência e nem conhecíamos ninguém que tivesse.
02 – Quem deu força para vocês no início da carreira?
R: A família, principalmente pai e mãe, alguns primos e tios. Os amigos também nos incentivaram e os donos das casas onde cantávamos também contribuíram.
03 – Como é trilhar esse caminho longe da família?
R: Acredito que, com a família perto, os momentos mais difíceis tornam-se mais fáceis de serem superados e os momentos de alegria tornam-se mais intensos. Sentimos muita falta disso.
04 – Em algum momento pensou em abandonar a carreira?
R: Só da boca para fora, porque no fundo sabemos que isso é impossível! Deus não nos daria esses dons para nada. Temos que fazer “valer”! Temos uma missão e vamos cumpri-la!!!
05 – Como você acha que irá lidar com a falta de privacidade por conseqüência do sucesso?
R: Naturalmente. Quando você se prepara para uma coisa, você sente menos o impacto, embora com algumas dificuldades.
06 – É fácil lidar com o sucesso? O que é sucesso pra você?
R: Com o sucesso não. É até bom, mas ele vem acompanhado de algumas situações difíceis de lidar. É claro que com a bagagem que você acaba acumulando (se souber enxergar as coisas e aproveitar oportunidades), as dificuldades são superadas mais facilmente. Sucesso pra mim é reconhecimento. Existem em várias proporções, grandes massas ou pequenas. Se cantarmos para uma pessoa e uma lágrima cair, é sucesso. Se cantarmos para uma multidão e a contagiarmos, é sucesso.
07 – Como lida com as críticas?
R: Quando são construtivas, tento aproveitar para o crescimento, quando não são, não levo em consideração.
08 – A maratona de shows não é cansativa? O que faz para agüentar o pique?
R: Sim, é muito cansativa, fisicamente e mentalmente. Procuro dormir bem, no mínimo 8 horas. Alimentar-se bem é importantíssimo, mas acho o sono indispensável.
09 – Algum segredo pra manter a voz e a beleza nos shows?
R: Para manter a voz, tenho que dormir bem e beber muita água, aliado com a utilização da técnica vocal. Quanto à beleza, a paz de espírito é fundamental. Também, quando posso, jogo tênis e corro, para ficar menos “feio”... há há há!!!
10 – Qual foi a maior conquista e a maior decepção na sua carreira até hoje?
R: A maior conquista foi ter, ainda que pequeno, um público cativo e fiel. Valorizamos isso profundamente. Foram muitas decepções, as maiores aconteceram quando criei expectativas em relação a algo que não aconteceu.
11 – Qual o maior sonho da sua carreira? E pessoal?
R: Conquistar o maior número de público possível... sem limites! Isso para podermos passar nossa mensagem e realizar outros sonhos.
12 – Algum sonho de consumo?
R: Acho que os sonhos de consumo vão aparecendo com as condições. No atual momento, sonho em ter meu carro e meu apartamento, mas futuramente, sonho em ter uma ótima fazenda.
13 – Como foi realizar o lançamento de um CD independente?
R: Ta aí... Foi um sonho que realizamos. Quando tivemos a idéia, não fazíamos muitos shows, não tínhamos empresário nem patrocinador, não tínhamos dinheiro, estávamos num momento complicado, mas tínhamos o mais importante: a fé. A fé é o imã que atrai condições para a realização.
14 – Após o lançamento do CD, houve alguma proposta de gravadora para o lançamento de um próximo CD?
R: Não, acho que isso também tem seu momento. É preciso fazer um trabalho de base antes e está sendo feito.
15 – Quais projetos tem em mente para dar continuidade à carreira?R: No momento, continuar com o trabalho de base. E em breve, no meio do ano, lançar um CD gravado ao vivo.16 – Qual a espectativa para o show?
R: Depende muito do show. Às vezes, ficamos um pouco ansiosos e nervosos, mas quando entramos no palco, isso tudo acaba.
17 – Todo irmão briga, com vocês não deve ser diferente; já houve alguma briga que ameaçasse um fim para a dupla?
R: Sim, nessas horas é importante que estejamos em sintonia com Deus. Minha mãe também foi fundamental nessas horas.
18 – Como você está vendo o mercado musical brasileiro ultimamente? Acredita que é preciso criar novas tendências?
R: O mercado necessita de uma grande mudança, uma revolução musical. Haverá essa mudança. É preciso saber que música não é dinheiro, é preciso ter verdade nas músicas. Assim, surgirão novas tendências as quais serão muito bem-vindas.
19 – Está fazendo algo, atualmente, paralelo à música?
R: Não. Estamos num momento impróprio para outras atividades.

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